O verbo "dar" costuma dar-se bem com o pronome oblíquo lhe, mesmo em construções pouco comuns |
Josué Machado* Certo colunista algo pitoresco e esvoaçante escreveu noutro dia a seguinte frase em sua falação semanal, em que mistura religião, sexo, filosofia, sobretudo sexo, assunto com que muito se preocupa: "Acho que mesmo sua mãe deve ter lamentado tê-lo dado de mamar." Ele se enganou com a mamadeira. Deveria ter escrito "ter-lhe dado de mamar" ou "ter dado de mamar a ele". No verbete correspondente ao verbo "dar", há o exemplo seguinte, de construção semelhante, registrado por Francisco da Silva Borba no Dicionário Gramatical de Verbos do Português Contemporâneo do Brasil (Editora Unesp, 1990). Antes do exemplo, a explicação: "O primeiro complemento pode ser expresso pelo seu adjunto: 'quando lhe davam [alguma coisa] de comer, comia', em Emissários do Diabo, G. Lemos (Civilização Brasileira, 1966)". Portanto, dar-lhe de beber, dar-lhe de mamar - em que o pronome "lhe" é a forma oblíqua objetiva indireta correspondente a "ele", "ela". Revista Língua Portuguesa - Edição 51 |
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
A mamadeira errada
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