segunda-feira, 25 de julho de 2011

Resenha

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2


Finalmente chega aos cinemas o ultimo filme da maior franquia de filmes da historia do cinema. Aclamado pelos fãs, Harry Potter conquistou o público de todos os gêneros, tanto adultos quanto crianças. Adaptado da série de livros escrita por J.K. Rowling, a franquia não decepciona em seu ultimo episodio, emoção, romance, ação, um roteiro bem criado que prende o espectador, um show de efeitos especiais e vários outros motivos que fazem “Harry Potter e as relíquias da morte – Parte 2” ser, atualmente, um dos melhores filmes do ano.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II
Um dos filmes mais aguardados do ano vem com um ar diferente dos outros, o toque de humor que havia em seus antecessores não aparece neste filme. Mantendo a seriedade do filme anterior, Harry (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) continuam sendo perseguidos pelo exercito de Voldemort, eles estão em busca das quatro ultimas Horcruxes(Fragmentos da alma de Lord Voldemort) e se preparando para a luta final, que irá definir o destino do mundo dos bruxos e trouxas. O filme, diferente da parte 1, é mais ágil, ação do inicio ao fim, tendo mais ação que os outros sete filmes, deixando os espectadores ficarem animados com as lutas e perderem o fôlego com os efeitos especiais, como por exemplo, um surpreendente dragão branco e explosões de feitiços.
David Yates mostrou que estava certo ao dividir o filme em duas partes e que dava conta do recado, sendo fiel ao livro e deixando clara a mensagem que queria mostrar para as pessoas que acompanham apenas os filmes. O Filme se foca em mostrar a evolução de cada personagem e principalmente na do trio, que no começo eram apenas crianças e agora estão tentando derrotar Lord Voldemort colocando a vida deles em jogo.
Yates trouxe todos os personagens de volta a este filme para a batalha, deixando as pessoas nostálgica com os personagens que já não apareciam há muito tempo. Daniel, Rupert e Emma dão a melhor atuação deles dentro dos oito filmes da série. Não só a atuação deles que é notável, mas também as atuações de Ralph Flennes (Lord Voldemort), Matthew Lewis (Neville Longbotton) e Helena Bonham Carter (Bellatrix lestrange). Já no começo do filme, Helena mostra sua ótima atuação quando Hermione se transforma em Bellatrix para entrar no banco dos bruxos.
Não tem como sair do cinema sem a sensação de “tudo acabou”, sabendo que não vai ter mais nenhum filme do bruxo para assistir nos próximos anos. As pessoas que acompanharam a série desde o começo vão se emocionar, não por apelação emocional para você sair triste do cinema, e sim por terem crescido junto com os personagens e estar finalmente se despedindo do mundo bruxo depois de dez anos.
O mais recomendável é dar uma revisada nos filmes anteriores e se preparar para conclusão dessa série que merece ser vivenciada diante da telas do cinema. Essa saga já épica pode ter acabado, mas com certeza irá continuar na vida de muita gente e irá fazer muitas pessoas continuarem esperando suas cartas de Hogwarts.

A crítica do filme Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 foi enviada pelo contribuidor Mikael Claro Nogueira. 

domingo, 24 de julho de 2011

OPINIÃO

ANTÔNIO GOIS

Samba do moreno doido


RIO DE JANEIRO - Na transmissão de rádio de um jogo da Copa América no domingo passado, o repórter, ao se referir a um jogador de nome Rincón, explicou que não era o mesmo que jogou no Brasil pois "aquele era moreno".
De imediato, o locutor corrigiu. Rincón -colombiano com passagens por Palmeiras e Corinthians- é negro, não moreno. Temendo soar preconceituoso, o repórter retruca: "É você quem está dizendo".
O caso é anedótico, mas exemplar da dificuldade que temos em lidar com o tema.
Estudo divulgado na sexta pelo IBGE mostra que a percepção que os brasileiros têm de si nem sempre bate com a avaliação dos outros.
Essa discrepância é gritante especialmente quando o entrevistado se diz moreno. Aos olhos dos entrevistadores, esses mesmos morenos seriam pardos (40%) ou brancos (26%). As respostas só combinam em 22% dos casos.
Nas pesquisas do IBGE, tradicionalmente, é o próprio entrevistado quem declara sua cor ou raça a partir de cinco opções (preto, pardo, branco, amarelo e indígena).
O estudo em questão destoa porque foi feito justamente para embasar mudanças.
Num contexto em que universidades adotam cada vez mais políticas para beneficiar grupos raciais normalmente excluídos do ensino superior, essa discussão torna-se ainda mais relevante.
Fica mais uma vez evidente, por exemplo, o absurdo que é a UnB exigir que candidatos à cota racial sejam entrevistados por uma banca para provar sua declaração.
Mais sensatas são a Uerj e outras 35 universidades. Se há o receio de fraude na identificação racial, melhor é agregar outros critérios, como exigir comprovação de pobreza ou frequência à escola pública.
Dessa forma, garante-se que a política beneficiará quem precisa, sem constranger candidatos à inquisição de um tribunal racial.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2407201105.htm

sábado, 23 de julho de 2011

OPINIÃO

MARINA SILVA

Não à repetição 

As instituições públicas estão acima de interesses partidários e pessoais. Tal premissa -fundamental para a democracia- tem a concordância absoluta de todos, da sociedade à classe política.
O que explica, então, que o Brasil caia sempre na mesma armadilha? Por que os governos ficam reféns de grupos com baixa representatividade política e social em busca apenas dos dividendos que a máquina pública lhes oferece?
Passam-se décadas, mudam os governantes e isso parece se perpetuar. As práticas reveladas no Ministério dos Transportes e suas autarquias não surpreendem pela novidade, mas, sim, pela repetição. Vemos, mais uma vez, interesses políticos e eleitorais se sobrepondo aos interesses do Estado e da sociedade.
É o atraso na política corroendo e subvertendo instituições pelas quais a sociedade lutou, a duras penas, ao longo de muito tempo.
O TCU, o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e seus congêneres são fruto de longa demanda popular por ética e transparência.
Se não funcionam com rapidez e eficiência, precisam do empurrão de todos. As autoridades públicas precisam ser salvas delas mesmas por meio da transparência, dos mecanismos de controle e da punição real e em tempo razoável.
Vamos aceitar como normal a ideia do "ah, é assim mesmo" ou, pior, de que os governantes nada podem fazer para mudar porque seriam inviabilizados pela sua "base"?
Que certas práticas são tão enraizadas que é melhor deixar como está? Que os recursos podem ser distribuídos pelos caciques políticos, sob ameaças de retaliação contra o interesse coletivo?
A complexidade das relações entre o Executivo e o Legislativo e a necessidade de maioria parlamentar que garanta a governabilidade não legitimam os acertos e negociações fora das luzes da transparência e das leis.
A verdadeira base do governante, a única capaz de intimidar a "base" do atraso, é a sociedade, e ela só fica de mãos atadas quando esquece disso.
Cada vez que a presidente disser "não" aos interesses espúrios, merece apoio do povo e, tenho certeza, o terá de grande parte do próprio Congresso.
As soluções para enfrentar os problemas não são simples, o que não isenta a sociedade de continuar vigilante, pressionando permanentemente os atores públicos a se conduzirem de acordo com os princípios do Estado democrático.
A crise nos Transportes não é mais um caso de corrupção.
É emblemática, pode ser aquele momento que permite inflexão definitiva, que dá liga às iniciativas que clamam pela mudança. É só uma das manifestações da longa crise política que temos o dever de enfrentar. Na democracia, não há lugar para a passividade.



MARINA SILVA escreve às sextas-feiras nesta coluna. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2207201106.htm

OPINIÃO

MARTA SUPLICY

Quem cuidará de você?


Em 2030, os idosos brasileiros serão, segundo o IBGE, quase tão numerosos quanto os jovens. Esta é uma notícia positiva, pois estamos vivendo mais, e preocupante, pois não existe planejamento no atendimento adequado aos cuidados necessários que tal população exige -sejam médicos, domiciliares, de lazer, de alternativas profissionais.
O problema não é somente brasileiro. Os países desenvolvidos também estão diante de uma situação complicada, só que muitos estão enfrentando o desafio há décadas. Alguns conseguiram um planejamento exitoso.
Em 2030, os EUA terão 72,1 milhões de adultos acima de 65 anos, mais que o dobro do número de idosos em 2005. Os americanos têm por regra poupar para chegar à terceira idade em condições de viver em lugares planejados, em comunidade. Os que podem, planejam essa independência e assistência.
Na França, com grande número de idosos solitários, a ex-ministra do Trabalho Martine Aubry criou um programa que capacitava jovens a serem visitadores de idosos. Eles realizavam compras, levavam os idosos para caminhar, pegavam o metrô para levá-los à fisioterapia, a consultas.
No Brasil, os idosos têm aposentadoria. Porém, mais que tudo, contam com a família. Para falar a verdade, com as mulheres da família. A filha solteira, a que larga o emprego para cuidar dos pais, a casada que abriga o idoso em sua residência. E sempre houve uma ojeriza da família ou do próprio idoso a ir para uma casa de repouso. Isso está mudando: mais pessoas envelhecem e a família não dá conta.
Um grande número de mulheres não querem ou não podem mais abdicar de suas profissões para cuidar dos pais.
Um enorme número que tinha como "natural" cuidar dos filhos e depois dos pais abriu mão desse programa, por necessidade ou por mudanças de expectativa de realizações femininas neste século.
A Constituição de 1988 fez avanços importantes, mas envelhecemos em plena fase de desenvolvimento, com um país sendo construído em todas as áreas. A redução da pobreza extrema que tivemos é recente. Parte dos idosos são chefes de família e não têm como pensar em si mesmos.
Quando o idoso não chefia a família, mas depende dela, enfrenta graves problemas.
Quem tem um pouco mais de poder aquisitivo não encontra bons cuidadores com facilidade. Falta qualificação. Quem procura casas de repouso encontra, nas mais acessíveis, péssimos serviços.
Existem programas em andamento, mas precisamos acelerar soluções. Em particular, ações que façam frente ao crescimento de demandas de saúde, previdência e assistência social. E, urgentemente, capacitar cuidadores. O jovem Brasil envelhece rapidamente.


MARTA SUPLICY escreve aos sábados nesta coluna. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2307201106.htm